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Bolsonaro diz que mandou cancelar protocolo para compra de vacina chinesa

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que já mandou cancelar o protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac.

O anúncio do protocolo de intenções havia sido feito nesta terça-feira (20) pelo Ministério da Saúde após uma reunião entre o titular da pasta, Eduardo Pazuello, e governadores. O de São Paulo, João Doria (PSDB), participou – o Butantan é vinculado ao governo paulista.

“Houve uma distorção por parte do João Doria no tocante ao que ele falou. Ele tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar se ele [Pazuello] assinou. Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, afirmou Bolsonaro.
Mais cedo, Bolsonaro já havia afirmado em suas redes sociais que o governo não iria adquirir “vacina da China”.

Após essas declarações, o Ministério da Saúde fez um novo anúncio, por meio do qual o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, disse que o protocolo de intenções firmado com o Butantan não tem caráter vinculante. Afirmou ainda que “não há intenção de compra de vacinas chinesas” (leia mais abaixo). O ministro Pazuello não participou desse novo anúncio.

Depois do anúncio, o Ministério da Saúde retirou do site da pasta o comunicado sobre o protocolo de intenções.
Em reunião, Pazuello citou ‘compromisso de aquisição’
Durante a reunião com os governadores na terça-feira (21), Pazuello Pazuello disse ter feito uma carta para o Butantan com o “compromisso da aquisição das vacinas que serão fabricadas até o início de janeiro.”

“Nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan e essa carta, ela é o compromisso da aquisição das vacinas que serão fabricadas até o início de janeiro, em torno de 46 milhões de doses. E essas vacinas servirão para nós iniciarmos a vacinação ainda em janeiro”, disse Pazuello.

Em um ofício datado da última segunda-feira (19), o ministro informa ao Butantan sobre a “intenção deste Ministério da Saúde em adquirir 46 milhões da referida vacina (Vacina Butantan-Sinovac/Covid-19), em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, ao preço estimado de US$ 10,30 (dez dólares e trinta centavos) por dose”. Bolsonaro afirmou que ao valor “seria uma importância bastante absurda”.

‘Interpretação equivocada’
Nesta quarta, antes da manifestação de Bolsonaro no interior de São Paulo, o secretário-executivo do Ministério da Saúde disse, sobre a reunião de Pazuello na terça, que “houve uma interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde” e que “em momento nenhum a vacina foi aprovada pela pasta”.

“Não há intenção de compra de vacinas chinesas. A premissa para aquisição de qualquer vacina prima pela segurança, eficácia, ambos conforme aprovação da Anvisa, produção em escala e preço justo. Qualquer vacina, quando estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, poderá ser oferecida aos brasileiros por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). E no que depender desta pasta não será obrigatória”, completou o secretário.

Assim como as demais vacinas testadas no Brasil, a CoronaVac está em fase de testes e sua eficácia ainda precisa ser comprovada antes que o uso seja liberado no país.
Mais cedo, Bolsonaro havia respondido a seguidores, em uma rede social, que não iria comprar a vacina. Mais tarde, Bolsonaro disse que “estamos perfeitamente afinados com o Ministério da Saúde, trabalhando na busca de uma vacina confiável, nada mais além disso. Fora isso é tudo especulação, é um jogo político.

Segundo o blog da Andréia Sadi, Bolsonaro se irritou com o anúncio do acordo por Pazuello e desautorizou o ministro. Fontes do governo avaliam que o chefe da Saúde não teve “malícia política” e deixou Doria “capitalizar” o anúncio.

De acordo com o blog do Valdo Cruz, logo depois que o presidente enviou mensagens a seus ministros dizendo que seu governo não vai comprar vacina da China, assessores presidenciais informaram que vão tentar convencer Bolsonaro a esclarecer melhor sua posição sobre o tema. Motivo: a vacina não será obrigatória, mas a maioria da população quer ser vacinada contra a Covid-19.
“Essa declaração do presidente gerou preocupação dentro do governo. Vai acabar gerando desgaste para o próprio presidente. Vamos conversar com ele para que esclareça sua posição sobre o tema”,

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