Desfrutando de um carro mais competitivo com as atualizações da Mercedes no GP da Espanha, George Russell conseguiu segurar Max Verstappen com autoridade por pelo menos 20 voltas – contando, ainda, com um problema na asa traseira do rival. O piloto da RBR precisou da ajuda do colega Sergio Pérez, e venceu a prova, mas não escondeu a insatisfação com o revés.
- Já estávamos (ele e Pérez) planejando usar estratégias diferentes. Mas quando eu quis atacar George, minha asa traseira não funcionou. Foi extremamente doloroso. Eu poderia ter gritado algo de volta no rádio, não sou estúpido nem nada. Se você passou do ponto de ativação e a asa não abre, então definitivamente há um problema – admitiu.
Partindo da quarta colocação, Russell subiu para terceiro na largada e ganhou uma posição com o erro de Verstappen. Atrapalhado pelo vento, segundo o próprio, o atual campeão da F1 foi parar na brita na curva 4. Passados os primeiros dez giros na corrida, porém, ele conseguiu chegar no rival da Mercedes contando com Pérez para abrir caminho.
Mas George não facilitou e, virando tempos melhores até que os do líder Charles Leclerc em boa parte da pista, sustentou uma vantagem em torno dos 0s5 até metade da prova. O britânico e o campeão da RBR foram aos boxes juntos, com o piloto da Mercedes saindo na frente.
Verstappen tentou, diversas vezes, utilizar a abertura da asa móvel para tentar passar o rival, mas o dispositivo repetiu o problema do sábado da classificação – que o impediu de brigar pela pole position com Leclerc.
A dificuldade era nítida, e Pérez, que vinha em quarto lugar, chegou a pedir pelo rádio que a RBR orientasse Verstappen a deixá-lo passar para que ele ultrapassasse o piloto da Mercedes.
Na volta 24, os dois jovens protagonizaram um dos melhores momentos da prova: o holandês passou por dentro na curva 1 para assumir a vice-liderança, mas Russell mergulhou nos metros seguintes e, por fora, retomou o posto, ascendendo à liderança quando Leclerc abandonou a disputa.
- Tentei de tudo: correr sobre a zebra, ficar fora da zebra, pressioná-lo uma vez e pressionar cinquenta vezes, mas nada funcionou. Definitivamente temos um problema com esta asa traseira. Na hora eu fiquei frustrado, mas olhando para trás, agora posso aproveitar. Foi um grande duelo por si só, especialmente quando eu mergulhou por dentro e George veio por fora – avaliou Verstappen.
Montanha-russa
Quem conseguiu superar o piloto da Mercedes foi justamente Pérez, que subiu para o segundo lugar no segundo pit stop do colega da RBR. A partir daí, a equipe austríaca dominou a prova que, na avaliação do chefe Christian Horner, levou o time do inferno ao céu em 33 de 66 voltas.
- A primeira metade da corrida não foi boa. Max teve um problema na asa traseira e parou na caixa de brita devido a uma rajada de vento. Felizmente ele conseguiu continuar, mas ficou preso atrás de George. Ele pode ter pressionado o botão cinquenta vezes, mas isso é algo que temos que resolver – comentou.
Russell, por sua vez, manteve-se ponderado em relação a salto da Mercedes: embora cauteloso diante da diferença da octacampeã de construtores para a RBR e a Ferrari, não deixou de celebrar a nítida evolução no W13, carro do time.