Em 2021, Daniel Ricciardo completou dez anos na Fórmula 1. E apesar de já ter passado por equipes como RBR, Renault e, agora, McLaren, o australiano nunca teve uma real chance de conquistar um título da categoria. O piloto admite que já passou muito tempo frustrado por ainda não ter levantado a taça, mas que a maturidade espantou esse sentimento.
- Houve um tempo em que eu estava um pouco amargo com o pensamento de que “eu já deveria ter um título agora, isso é uma merda, por que ainda não aconteceu?, lugar errado, hora errada, ou isso ou aquilo”, mas talvez seja o meu crescimento ou a maturidade que me faz não pensar mais nisso. Ainda estou aqui porque acredito que posso ganhar um título e quero ganhá-lo. Mas estou em paz com o que quer que aconteça, contanto que eu saia e deixe tudo de mim nas pistas, terei satisfação – explica em entrevista ao podcast oficial da F1, “Beyond the grid”.
Ricciardo diz que a motivação do início é a mesma, mas explica que não quer deixar a frustração pela ausência de títulos o impedir de aproveitar sua carreira na F1.
- Não me interpretem mal, não estou sem vontade, nem menos impulsivo ou menos motivado. Mas quero aproveitar meu tempo aqui no esporte. O objetivo é ser campeão mundial e acho que é por isso que vou acordar todas as manhãs com vontade de fazer isso. Mas não quero que isso dite toda a minha felicidade. Estou fazendo isso há 10 anos. Ainda não sou campeão mundial, então não há garantia de que vai acontecer – reflete.
O australiano diz que há outras formas de se ter felicidade na F1 sem títulos, como na vitória que conquistou pela McLaren esse ano no GP da Itália.
- Eu só não quero colocar todos as minhas expectativas nisso e depois ser miserável para o resto da minha vida porque não fiz isso. Vencer em Monza foi provavelmente tudo de que eu precisava para me dar toda a felicidade em 2021. Isso também provou que você pode ser muito feliz além do título mundial – diz.
Ricciardo nunca nem chegou perto de conquistar um título na F1, muito mais pelo domínio dos carros da Mercedes do que por erros ou falta de talento. O australiano, inclusive, foi o único piloto fora da escuderia alemã a vencer na primeira temporada da era híbrida, em 2014, quando triunfou três vezes.