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Diretores indicados por Lula farão ‘trabalho pragmático’ contra a inflação

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou acreditar que os novos diretores indicados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva farão um “trabalho pragmático” no controle da inflação depois de sua saída.

Lula já indicou Gabriel Galípolo e Ailton Santos para o BC e terá outras indicações a fazer até o fim do mandato, incluindo a presidência do Banco Central. Campos Neto tem mandato até o fim de 2024.

"Acredito que o quadro do Banco Central é muito técnico e, se tiver uma linha de pensamento muito diferente do sistema de metas, acho que o quadro vai indicar para os novos diretores que esse é um caminho que o quadro técnico que não concorda. Mas eu acho que não, não acredito nisso não. Acredito que, no final das contas, independente de quem sentar na cadeira do corpo, que a gente vai ter um trabalho pragmático muito influenciado pelos quadros do BC que são de excelente categoria", declarou Campos Neto, em entrevista à revista Veja. 

Com o Banco Central autônomo, aprovado pelo Congresso Nacional no governo Jair Bolsonaro em 2021, o presidente da instituição tem mandato de quatro anos, não coincidente com o do presidente da República.

Os diretores do BC também possuem mandatos fixos. Após o anúncio de dois diretores em maio, está previsto que Lula faça duas novas indicações para a diretoria do BC até o fim desse ano.

Corte de juros

No começo de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano.

Foi o primeiro corte da taxa básica de juros em três anos, que ocorreu após melhora na inflação nos últimos meses e, também, em meio a fortes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão foi tomada pela maioria, com Campos Neto desempatando o placar em favor de uma redução maior – que foi implementada.
Os dois novos diretores do BC, Gabriel Galípolo e Ailton Santos, indicados pelo presidente Lula, participaram da última reunião do Copom e votaram por uma redução maior dos juros.

Como a decisão é tomada

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem e no objetivo, em 12 meses, para o início de 2025.

Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

No comunicado, o Copom disse ainda que, nas próximas reuniões, pode continuar fazendo na Selic “redução da mesma magnitude”, ou seja, cortes de 0,5 ponto percentual.

“Em se confirmando o cenário esperado [de desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação], os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou o BC.

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