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Fala de Rui Costa sobre Eletrobras irrita Centrão

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Ministro Rui Costa (CasaCivi) durante coletiva, no Pal.do Planalto | Sérgio Lima/Poder360 10.mar.2023

O Centrão articular convocar o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para explicar no plenário da Câmara sobre a posição do governo em relação à privatização da Eletrobras.

Em entrevista à GloboNews na quarta-feira (10), Costa afirmou que é preciso “ajustar aquilo que tem cheiro ruim de falta de moralidade” na privatização, aprovada pela Câmara dos Deputados em maio de 2021, quando a Casa já estava sob a presidência de Arthur Lira (PP-AL), um dos líderes do Centrão.

"O presidente quer estimular toda a participação privada. Agora, nós temos que ajustar aquilo que tem um cheiro ruim de falta de moralidade. Por que estou dizendo isso? O povo brasileiro, não é o Lula, não sou eu, o povo brasileiro detém 46% ou 43% das ações da Eletrobras. Num arranjo inusitado, eles disseram que, apesar de o governo ter 43% das ações, só vota no máximo o correspondente a 10%. Ou seja, alguém que tem 43% só vota o equivalente a 10%. Qual a base legal para isso?", afirmou o ministro, durante a entrevista. 

A convocação para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara é um expediente menos comum que as feitas por comissões, e servem, também, para dar a dimensão do grau de insatisfação do Centrão com o governo Lula, pois, é preciso aprovar um requerimento por maioria simples da Casa.

Em 2015, quando o presidente da Câmara era Eduardo Cunha – algoz do impeachment de Dilma Rousseff (PT) – a casa convocou o então ministro da Educação, Cid Gomes, após ter tido que era achacado por parlamentares.

Cid Gomes acabou deixando o cargo horas depois.

Para o Planalto – que está ciente da Movimentação –, quem articula a convocação é senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro e presidente do PP, partido de Arthur Lira.

Falas sobre CPI do MST também geram insatisfação

Além da fala de Costa, parlamentares ficaram incomodados com a declaração do ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Paulo Teixeira, sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST.

A CPI foi criada em abril, após ter o requerimento lido por Lira, e deve ser instalada na quarta. Durante um evento no fim de semana em São Paulo, Teixeira afirmou que a comissão iria encontrar suco de uva produzido sem trabalho escravo e soja não transgênica.

Também irritou os parlamentares uma crítica de João Pedro Stédile, líder do MST, à Folha de S.Paulo, por conta da criação da CPI.

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