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Crédito bancário acumula R$ 4,5 trilhões, Brasil um país forte

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A concessão de crédito pelos bancos brasileiros atingiu recorde no primeiro ano de pandemia do coronavírus. Um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com base em dados do Banco Central mostra que o saldo entre março de 2020 e março de 2021 foi de R$ 4,5 trilhões, uma média de R$ 347,3 bilhões por mês.

Por essa métrica, os 12 meses de pandemia tiveram média mensal de empréstimos 6,3% maior que o ano de 2019. O maior volume, de crédito livre, chegou a uma média de 304,3 bilhões, alta de 1,7% em relação a 2019. O crédito direcionado subiu 56,4%, mas parte de média bem mais baixa: de R$ 27,5 bilhões para R$ 42,9 bilhões ao mês.

Nessa janela de pandemia, a média de crédito entregue à Pessoa Jurídica teve aumento de 12,1% comparado a 2019, chegando a R$ 168,4 bilhões. A Pessoa Física manteve liderança, mas subiu menos: alta de 1,4%, atingindo R$ 178,9 bilhões ao mês.

“Mesmo em um período de intensa crise econômica decorrente da pandemia, o crédito mostrou uma expansão robusta e disseminada entre seus diversos segmentos, reforçando o importante papel que desempenhou para evitar uma recessão ainda mais aguda em 2020, além de ajudar atualmente no processo de recuperação”, diz Isaac Sidney, presidente da Febraban, em nota.
A Febraban ressalta ainda que o estoque de crédito bancário atingiu seu maior patamar já registrado em março deste ano, chegando a R$ 4,1 trilhões. Comparado a fevereiro de 2020, a alta foi de 17,8%. “Com o forte avanço, a relação crédito/PIB passou de 46,7% (em fevereiro de 2020) para 54,4% (em março de 2021), também atingindo volume inédito”, diz nota da entidade.
Renegociações
As renegociações de crédito foram a principal medida de crédito adotada na pandemia. Segundo a Febraban, foram 17 milhões de contratos reajustados de meados de março a dezembro em 2020, que somavam saldo devedor de R$ 1 trilhão.

Ao longo da crise, os agentes bancários fizeram extensão de prazo para pagamento de dívidas e suspensão de parcelas para quem estivesse com contas em dia. As parcelas suspensas somaram R$ 150 bilhões.

As micro e pequenas empresas receberam concessões de crédito no valor de R$ 325,2 bilhões, entre novos contratos e renovações. Só do Pronampe, programa de crédito com garantia financiada pelo governo federal, foram desembolsados R$ 37,5 bilhões.

Os programas de crédito, postergação de parcelas e baixa taxa Selic no período foram fatores importantes para redução do spread bancário e da inadimplência.

De acordo com a federação de bancos, exemplo disso é que a taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional recuou de 23% ao ano em fevereiro de 2020 para 20% em março de 2021, e o spread bancário caiu de 18,5 pontos percentuais para os atuais 15,1.

“A taxa média de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) do sistema convergiu para um patamar historicamente baixo, chegando a 2,1% aa em dezembro de 2020, nível que se encontra praticamente inalterado até março (2,2% aa), e consideravelmente abaixo das taxas registradas nos meses anteriores à crise, quando superavam os 3,0% aa”, diz a Febraban em nota.

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