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Contas públicas registram superávit de R$ 20,4 bi em julho

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Pessoas passam em frente à sede do Banco Central em Brasília 25/08/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

As contas do setor público consolidado registraram superávit primário de R$ 20,44 bilhões em julho deste ano, informou o Banco Central .

O superávit primário acontece quando as receitas com impostos ficam acima das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há déficit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.

Esse foi o primeiro saldo positivo para meses de julho desde 2013, ou seja, em nove anos.

O valor também é o maior da série histórica do BC, que tem início em dezembro de 2001, para este mês. Até então, o maior saldo positivo para meses de julho havia sido registrado em 2011 (+R$ 13,78 bilhões).

O superávit em julho aconteceu por resultados positivos nas contas do governo federal e dos estados e municípios, enquanto as estatais apresentaram saldo negativo.

governo federal registrou superávit de R$ 19,96 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo positivo de R$ 1,76 bilhões;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 1,28 bilhão.

Nesta terça-feira, o Tesouro Nacional informou que o resultado das contas do governo em julho foi puxado pela arrecadação recorde, impulsionada, em parte, pela alta da cotação do petróleo. Além disso, as despesas também tiveram queda pela redução de gastos previdenciários e nas despesas com pessoal.

Parcial do ano

No acumulado de janeiro a julho, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 150,33 bilhões, novo recorde.

Nos sete primeiros meses de 2021, houve um déficit de R$ 15,49 bilhões. A série histórica do BC tem início em dezembro de 2001.

O bom desempenho das contas públicas ajuda o governo a atingir a sua meta fiscal para o ano, que é de déficit de até R$ 177,490 bilhões.

Após despesas com juros

Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – houve déficit de R$ 22,49 bilhões nas contas do setor público em julho.

Já em 12 meses até julho deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 355,8 bilhões, o equivalente a 3,83% do PIB.

Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.

O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do déficit primário elevado, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, após seis elevações seguidas, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior valor em seis anos.

Segundo o BC, no mês passado houve despesa com juros nominais somaram R$ 42,9 bilhões. Em doze meses até julho, os gastos com juros somaram R$ 586,4 bilhões (5,5% do PIB).

Dívida bruta

Já a dívida bruta do setor público, indicador que também é acompanhado pelas agências de classificação de risco, registrou nova queda em julho. Foi o oitavo mês seguido de recuo.

Em dezembro do ano passado, a dívida estava em 80,3% do PIB, somando R$ 6,96 trilhões. Em junho deste ano, atingiu 78% do PIB, o equivalente a R$ 7,17 trilhões e, em julho, recuou para 77,6% do PIB, ou R$ 7,21 trilhões.

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