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Associação de montadoras diz que há risco de parada de produção

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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou que existe o risco de as montadoras paralisarem a produção no fim de março ou em abril por causa dos efeitos econômicos do coronavírus, que afeta principalmente a importação de autopeças da China.
Apesar do alerta, o executivo buscou mostrar tranquilidade. Ressaltou que os fornecedores internacionais estão espalhados pelo mundo e não concentrados na China, que representa 13% das importações de autopeças.
“O risco existe, mas temos como fazer a melhor gestão disso”, afirmou, em coletiva de imprensa para apresentar os resultados do setor em fevereiro. “Alguma montadora pode ter um risco maior do que outra, mas se alguma delas tiver que parar, a compensação pode ser feita no mês seguinte, dá para fazer o ajuste.”
A produção nacional de veículos caiu 20,8% no mês passado em relação ao mesmo período de 2019, somando 204,2 mil unidades, considerando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Ele observou que outros países têm adotado medidas para tentar neutralizar ou minimizar os prejuízos econômicos causados pela epidemia, principalmente com reduções de juros, e ressaltou que nada ainda foi feito no Brasil, apesar da sinalização do Banco Central (BC) de que pode haver um novo corte da Selic na próxima reunião da diretoria da instituição, ainda neste mês.
“Ainda é cedo para falar em impactos do coronavírus na economia do Brasil, mas não é melhor fazer algo para a bicicleta continuar andando em vez de esperar ela parar? É a reflexão que nós deixamos, se não é o caso de o Brasil tentar alguma coisa”, afirmou.
Moraes lamentou que a redução histórica da taxa Selic, que atualmente está em 4,25% ao ano, não tenha chegado, na mesma proporção, aos juros cobrados no mercado de veículos, mesmo com a baixa inadimplência. “Não adianta o BC reduzir a Selic se os bancos não reduzem os juros também, alguma coisa não está funcionando.”

Para estimular o mercado, o executivo defende a redução da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, pelas contas dele, afeta mais o mercado de veículos do que o de outros. “É um imposto regulatório e não arrecadatório. “Talvez seja necessária uma medida emergencial para reativar a economia”, afirmou.
Exportações em queda
A exportação de veículos, em unidades, caiu 7% em fevereiro ante igual mês do ano passado, somando 37,7 mil unidades. No primeiro bimestre, foram vendidas para o exterior 58,2 mil unidades, 11,2% menos que no mesmo período de 2019.
No mercado interno, os dados da Anfavea confirmam resultados divulgados pela Fenabrave no início da semana. Foram 201 mil emplacamentos, alta de 1,2% em relação a fevereiro do ano passado e de 3,9% na comparação com janeiro. O acumulado do ano, porém, aponta queda de 1%, com 394,4 mil unidades vendidas.
As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias caíram 1,7% em fevereiro, com 2,8 mil unidades, volume que, se comparado a janeiro, apresenta crescimento de 13%. No ano, foram vendidas 5,3 mil unidades, com queda de 3,8% ante 2019.

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