Empresários do setor de alumínio foram surpreendidos com o anúncio do governo dos Estados Unidos em aumentar a taxa de importação para o produto. As novas tarifas impostas em produtos de chapa de alumínio foi anunciada para dezoito países, incluindo o Brasil.
A medida adotada pelo presidente americano Donald Trump na sexta-feira (9) já está em vigor. Por decisão unilateral do governo americano, as empresas brasileiras que vendiam para o país com alíquota de 15%, agora terão uma taxa de 145%.
No Brasil, a mudança pode afetar o setor que tem os Estados Unidos como principal destino de exportação. Das 692 mil toneladas produzidas do material no Brasil em 2019, 11,4% foram exportadas e tiveram como principal destino os EUA. A maior produtora no país fica em Pindamonhangaba (SP).
Aumento da taxa
A medida foi adotada por Donald Trump, que alegou a existência de “dumpling” – que consiste em vender produtos a preços menores que os de custo, para eliminar concorrentes ou ganhar maiores fatias de mercado.
A denúncia está sendo investigada pela Organização Mundial do Comércio, mas ainda não há conclusão sobre a manipulação de preços. A apuração deve ser concluída em abril de 2021.
A Associação Brasileira de Alumínio nega a manipulação e pede que o governo brasileiro pressione, com respostas em taxas sobre produtos norte-americanos.
“Antes de chegar no final do resultado, ele já coloca uma taxação. Exatamente, o modelo de atirar primeiro e perguntar depois. O governo poderia fazer medidas compensatórias, por exemplo, escolher um produto que importamos dos Estados Unidos e colocar uma alíquota. Você está aumentando os meus produtos, eu estou aumentando os seus”, diz Milton Rêgo, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio.
Isenção aos americanos
Ao contrário das sanções impostas pelo governo norte-americano, recentemente o governo brasileiro aprovou uma isenção de tarifas sobre o etanol importado dos Estados Unidos. Com a decisão, 187 milhões de litros de combustíveis vão chegar ao Brasil sem a cobrança de taxa que era de 20%.
A decisão favorece os EUA e foi tomada em parceria entre os governos. Antes, a isenção dessa taxa era aplicada apenas aos países integrantes do Mercosul. O favoritismo desagradou empresários do setor, questionando a carga tributária imposta a quem produz etanol no Brasil.
“O Brasil não precisa importar etanol. Ele é totalmente sustentável na sua produção. Isso é para favorecer os americanos por que lá eles estão com excesso no etanol. Só que aí prejudica toda a cadeia produtiva que tem um alto custo de produção por causa da sua carga tributária que é altíssima aqui o Brasil”.