A pré-candidata do MDB à Presidência da República, senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que, se não for a indicada da aliança com União Brasil, PSDB e Cidadania para a disputa do Palácio do Planalto, não será a vice do nome escolhido mas estará “no palanque”, dando apoio a ele.
MDB, União, PSDB e Cidadania pretendem apresentar em 18 de maio um candidato de consenso para disputar a Presidência da República. Além de Tebet, estão no páreo Luciano Bivar, pela União Brasil, e João Doria, pelo PSDB.
O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) também é uma possibilidade, embora tenha perdido as prévias tucanas para Doria.
Tebet participou nesta manhã de uma sabatina promovida pela Folha de S. Paulo e o UOL. Ela afirmou que, se abrisse mão de ser a cabeça de chapa nas eleições de outubro para aceitar o papel de vice, estaria “diminuindo o espaço da mulher na política”.
“A única coisa que eu tenho dito é que eu não sou candidata à vice-presidente da República”, disse a senadora.
A pré-candidata do MDB afirmou que estará no palanque dos partidos de centro.
“Vou defender até o último dia a importância do centro democrático ir ao segundo turno e ganhar as eleições, mas se eu não pontuar a ponto de ser cabeça de chapa, eu não vou ajudar sendo vice. Eu abro mão para que outros possam ser e eu vou estar neste palanque como cabo eleitoral”.
Resistência interna
Tebet enfrenta oposição de caciques do MDB, que defendem rifar a candidatura da senadora caso ela não decole nas pesquisas. Ela tem 1% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha.
Na semana passada, durante um jantar na casa do presidente regional do MDB no Ceará, Eunício Oliveira, que contou com a presença do pré-candidato do PT à presidente, o ex-presidente Lula, parlamentares criticaram a intenção da sigla de lançar a senadora como candidata em razão da sua baixa pontuação nas pesquisas.
Eunício não declarou apoio à eleição de Lula, mas afirmou que “há uma tendência natural” de o MDB não ir “mais uma vez para um suicídio político”.
Em 2018, o MDB lançou Henrique Meirelles à presidência da República. Ele terminou o pleito com 1,2% dos votos. Para Eunício, o MDB pagou um “preço terrível” por insistir em Meirelles, com a redução da bancada do partido na Câmara.
Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que “somar quem tem 1% com quem tem 2% não vai alterar a fotografia das pesquisas eleitorais”.
Questionada sobre o racha em torno de sua candidatura, Tebet afirmou que o MDB perdeu parte da bancada em razão de denúncias de corrupção e não por ter lançado candidato próprio.
“O que fez o MDB encolher não foi a candidatura própria (do Henrique Meirelles), foram denúncias gravíssimas de corrupção que, ao longo do tempo, foram se comprovando que não eram verdadeiras”, disse Tebet.
Ela também minimizou o aceno de integrantes do partido à candidatura de Lula. Disse que essa vontade é representada “por três ou quatro senadores, meus colegas, por quem eu tenho todo o respeito” e defendeu sua postulação ao Planalto.
“Entendo que meu nome é melhor, não porque eu não pontuo como os demais, mas porque meu nome não é conhecido e eu tenho menor grau de rejeição”, disse.