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Produção industrial no Brasil fecha 2022 no vermelho

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A produção industrial brasileira teve, na passagem de novembro para dezembro, variação nula (0,0%). Com o resultado, a indústria nacional encerrou o ano de 2022 com queda de 0,7%. É o que apontam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o resultado anual deixou o setor operando 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde da série, registrado em maio de 2011.

Em 2021, a indústria fechou o ano com alta de 3,9%, interrompendo dois anos seguidos de queda. A queda em 2022 foi, portanto, a terceira em quatro anos.

“Muito do crescimento de 2021 (3,9%) tem relação direta com a queda significativa de 2020, ocasionada por conta do início da pandemia. Avançou em 2021, mas foi influenciada por uma base baixa de comparação e não superou as perdas de 2020”, avaliou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

Segundo Macedo, o recuo da indústria nacional em 2022 é explicado por fatores como a taxa de juros em elevação, que afeta diretamente os custos de crédito, além da inflação, principalmente dos alimentos, que impacta na renda das famílias e, por consequência, no consumo, elenca o pesquisador.

“Também há influência do aumento nas taxas de inadimplência e de endividamento. E o mercado de trabalho, que embora tenha mostrado clara recuperação ao longo do ano, ainda se caracteriza pela precarização dos postos de trabalhos gerados”, destacou.

Queda disseminada

De acordo com o IBGE, a queda na produção anual foi disseminada, atingindo todas as quatro grandes categorias econômicas, além da maioria dos ramos (17 de 26), dos grupos (54 de 79) e dos produtos (62,4%) pesquisados.

“É um perfil disseminado de recuo, que demonstra que a indústria nacional viveu, em 2022, uma retração que atinge diferentes grupos e segmentos da produção”, diz Macedo.

Entre as atividades, as principais influências negativas no total da indústria foram registradas por indústrias extrativas (-3,2%), produtos de metal (-9,0%), metalurgia (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-5,7%).

Também se destacam as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de produtos de minerais não metálicos (-5,1%), de produtos têxteis (-12,8%), de móveis (-16,2%), de produtos de madeira (-12,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-8,4%) e de máquinas e equipamentos (-2,3%).

No sentido oposto, também no confronto com o resultado acumulado no ano anterior, entre as nove atividades que apontaram expansão na produção, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,6%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria.

Outros impactos positivos importantes foram registrados por produtos alimentícios (2,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%), outros produtos químicos (2,3%), celulose, papel e produtos de papel (3,1%), bebidas (3,0%) e outros equipamentos de transporte (12,9%).

Entre as grandes categorias econômicas, os resultados para os doze meses de 2022 mostraram menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-3,3%). Os segmentos de bens intermediários (-0,7%), de bens de capital (-0,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,2%) também assinalaram resultados negativos no índice acumulado para o ano de 2022.

Apesar da variação nula em dezembro no confronto mensal, o indicador acumulado em 12 meses indica ganho de fôlego do setor, já que ele manteve a trajetória ascendente desde agosto.
Queda de 1,3% no confronto anual

Na comparação com dezembro de 2021, a produção industrial caiu 1,3%, com resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 18 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 57,8% dos 805 produtos pesquisados.

“Cabe citar que dezembro de 2022 teve um dia útil a menos (22 dias) do que dezembro de 2021 (23)”, ponderou o IBGE.

Entre as grandes categorias econômicas, a maior queda foi em bens de consumo duráveis (-5,8%), seguida de bens intermediários (-2,6%). As outras duas, bens de consumo semi e não duráveis (3,1%) e de bens de capital (0,9%), registraram os avanços na comparação interanual.

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