A posse do novo comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (16) será uma demonstração de força em defesa das urnas eletrônicas e da Justiça Eleitoral, com a presença de lideranças políticas de todos os campos e com um discurso forte do novo presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, contra a disseminação de “fake news” .
Moraes terá Ricardo Lewandowski como vice.
O presidente Bolsonaro já confirmou presença. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deve comparecer, além de outros candidatos como Ciro Gomes e Simone Tebet.
Ex-presidente Michel Temer, responsável pela indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF), também estará na posse para a qual foram distribuídos mais de 2 mil convites.
Segundo ministros do STF, deve ser a posse mais concorrida da história. E ela ocorre em meio à busca por formar uma rede de apoio à Justiça Eleitoral num momento em que o presidente Bolsonaro divulga notícias falsas em relação às urnas eletrônicas e estimula seus apoiadores a criticarem o sistema eleitoral brasileiro.
Para integrantes do STF, o evento servirá para mostrar que Bolsonaro e seus apoiadores estão isolados neste embate contra as urnas, mas por criar muito barulho e fazer ameaças precisa ser combatido.
Bolsonaro, por sinal, decidiu participar da cerimônia de posse exatamente para evitar passar a imagem de que está isolado. Sua ausência seria usada por adversários para mostrar como ele busca gerar instabilidade no processo eleitoral, a ponto de não querer estar presente num evento institucional no qual estarão seus principais oponentes na eleição deste ano.
Lula ainda não confirmou oficialmente a ida à posse de Alexandre de Moraes e Ricardo Lewsandowski, indicado por ele para ser ministro do STF, mas segundo interlocutores do petista ele deve ir sim a Brasília amanhã para a troca de comando do Tribunal Superior Eleitoral.
Nos bastidores, ministros e assessores de Bolsonaro buscam costurar uma trégua do presidente com a Justiça Eleitoral. A decisão de ele participar da posse seria também um aceno nesta direção, mas ministros do STF têm dúvidas sobre a real disposição do presidente para interromper seus ataques às urnas eletrônicas. Segundo magistrados, os ministros de Bolsonaro precisam, primeiro, convencê-lo a mudar de postura.