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PF dá munição a adversários de JB em ano eleitoral

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Ao concluir inquérito em que aponta o cometimento de crime por Bolsonaro, a Polícia Federal deu munição a adversários e deixa o presidente da República na defensiva em pleno ano eleitoral.

Segundo aliados, a decisão da PF reforça ainda os ataques feitos pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

Na abertura dos trabalhos da Justiça Eleitoral neste ano, Barroso acusou o presidente de divulgar dados sigilosos de inquérito da PF que investigava supostas fraudes nas urnas eletrônicas e disse que, com isso, Bolsonaro auxiliou milícias digitais e hackers.

Foi um recado do presidente do TSE de que a Justiça Eleitoral vai estar vigilante na divulgação de notícias falsas e que possam comprometer o processo eleitoral neste ano.

A PF concluiu que o presidente cometeu o crime de vazamento de dados sigilosos durante uma transmissão ao vivo, quando mostrou trechos do inquérito da Polícia Federal que ainda estava sob sigilo.

Ao final, esse inquérito concluiu que não houve risco para o processo eleitoral brasileiro com o acesso de hackers a alguns dados do TSE. A PF, porém, não indiciou o presidente, por entender que ele tem foro privilegiado, e remeteu o inquérito concluído para o seu relator no STF, Alexandre de Moraes.

Foi neste inquérito que o presidente decidiu deixar de comparecer a um depoimento agendado para a última sexta-feira (28), alegando que decisões do STF lhe davam o direito de ausência por ser investigado e não testemunha. Acabou não cumprindo uma decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes.

Agora, o próximo passo deve ser o ministro Alexandre de Moraes encaminhar o inquérito concluído para a Procuradoria-Geral da República. Aí, a equipe do procurador Augusto Aras tem três caminhos: pedir mais investigações, denunciar diretamente o presidente da República ou arquivar o caso.

Seja qual for o desfecho, assessores e aliados do presidente da República avaliam que a conclusão da PF já é politicamente ruim para Bolsonaro e será usada para deixá-lo na defensiva.

“Se ele der mais um passo neste sentido, pode acabar sendo punido pela Justiça Eleitoral”, diz um aliado do presidente da República.

Neste ano eleitoral, Bolsonaro terá no comando do TSE ministros vistos como rigorosos com o presidente da República: Edson Fachin vai substituir Barroso em março. E a partir de setembro, Alexandre de Moraes assume o tribunal no lugar de Fachin.

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