Os economistas do mercado financeiro reduziram de 6% para 5,88% a estimativa de inflação para este ano.
A informação consta do relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada.
Esta foi a 13ª terceira queda seguida da estimativa do mercado financeiro para a inflação deste ano. Também é a primeira vez desde março deste ano que a previsão fica abaixo de 6%.
A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No entanto, o Banco Central já admitiu que vai estourar o teto da meta, assim como aconteceu em 2021.
Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento.
Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos.
Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 passou de 5,01% para 5%.
ICMS sobre itens essenciais
A nova redução da estimativa de inflação em 2022 coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens.
Por exemplo, se o preço do diesel aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro. O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item. A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso.
Além da redução de tributos, a forte desaceleração do nível de atividade mundial também tem contribuído para a queda da inflação ao impactar para baixo os preços das “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo e alimentos).
Produto Interno Bruto
O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
O novo aumento acontece após a divulgação do resultado do segundo trimestre, com alta de 1,2%.
A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 2,67% em 2022, contra os 2,65% previstos anteriormente.
Já para 2023, a previsão de alta ficou estável em 0,50%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do orçamento de 2023, o governo informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano no fim de 2022.
Atualmente, a taxa Selic já está neste patamar. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.
Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu em 11,25% ao ano. Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.