Faltando pouco mais de dois meses para a eleição da Mesa Diretora da Câmara, no início de fevereiro, o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), intensificou a movimentação em busca de apoio para uma reeleição.
Nesta semana, Lira recebeu apoio público de mais partidos – incluindo duas das maiores bancadas que tomarão posse no próximo ano, União Brasil e Republicanos.
Até agora, oito partidos formalizaram apoio a Lira:
União Brasil (59 deputados a partir de 2023)
PP (47)
Republicanos (41)
PDT (17)
Podemos (12)
PSC (6)
Patriota (4)
PTB (1)
As legendas, juntas, terão 187 deputados no início do próximo ano.
Mais apoios em negociação
Apesar de já ter confirmado apoio a Lira, o PDT deve realizar uma reunião no próximo dia 6 com a Executiva Nacional e a bancada para ratificar a decisão, segundo o líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE).
O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), anunciou o apoio do partido ao lado de Lira, durante coletiva de imprensa convocada nesta quarta-feira (23).
“Nós confiamos na sua imparcialidade, na sua defesa do nosso poder Legislativo, na defesa das nossas instituições e, por consequência, no estado de Direito”, disse Bivar na ocasião.
Outros dois partidos com grandes bancadas formadas para a próxima legislatura, PL (99 deputados) e PSD (42), ainda não oficializaram apoio à recondução do deputado – mas já sinalizaram nos bastidores que também podem apoiar Lira.
No início de novembro, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, disse em uma coletiva de imprensa que a sigla iria apoiar a candidatura de Lira, desde que o presidente da Câmara trabalhasse para garantir um nome do PL na presidência do Senado. O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, elegeu as maiores bancadas nas duas Casas.
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Lira e Lula
Aliado de primeira hora de Bolsonaro, Lira também já abriu diálogo com o presidente eleito pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois se reuniram na primeira semana de novembro em Brasília, na residência oficial da Câmara.
Após o encontro, Lula disse a jornalistas que o Executivo não irá interferir na eleição para presidência da Câmara – o que foi considerado por deputados petistas como um aceno para que o PT não tenha candidato próprio e até apoie formalmente Lira.
O partido carrega um trauma desde 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff apoiou a eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara, mas o petista foi derrotado pelo deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que meses depois decidiu abrir um processo de impeachment contra Dilma.
Se o presidente da Câmara receber também o apoio de parlamentares do PL, do PSD e do PT, poderá chegar a uma aliança de quase 400 deputados.
Lira foi eleito com 302 votos em fevereiro de 2021 para comandar a Casa por dois anos, após derrotar seu principal concorrente, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que tinha o apoio do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PSDB-RJ).