A viagem do presidente Jair Bolsonaro para a Rússia, na semana que vem, vai ter um dia de compromissos e prevê um almoço com o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, e uma reunião com empresários de diversas áreas, como energia e fertilizantes agrícolas.
Bolsonaro também vai se encontrar com o presidente da Duma de Estado, a Câmara baixa do parlamento russo .
Para o governo brasileiro, a ideia da viagem é focar na relação comercial entre Brasil e Rússia e no aprimoramento das trocas entre os dois países. O entendimento é que as parcerias comerciais entre Brasil e Rússia ainda estão longe do ideial, principalmente considerando que são dois países que fazem parte do grupo Brics, junto com China, Índia e África do Sul.
Tensão na fronteira com a Ucrânia
O governo brasileiro avalia que é difícil o assunto Ucrânia não surgir durante a viagem à Rússia, mas defende que essa não é a prioridade da comitiva de Bolsonaro.
Putin está no centro de uma crise internacional desde que decidiu mobilizar centenas de milhares de tropas para a fronteira com a Ucrânia. Os Estados Unidos viram nesse movimento uma ameaça de invasão russa ao território ucraniano.
Putin argumenta que tem o direito de fazer exercícios militares dentro de seu território e acusa a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sob a liderança dos Estados Unidos, de tentar ampliar sua influência para a Europa Oriental. Putin teme que a Otan integre a Ucrânia como membro.
Em resposta às ações militares de Putin, os Estados Unidos mobilizaram tropas em países aliados que ficam próximos do território russo, como a Romênia.
A crise no leste europeu é a maior entre as potências militares dos últimos anos e tem reeditado o clima de Guerra Fria, opondo Estados Unidos e Rússia nos polos do cenário geopolítico.
É nesse contexto de tensão global que Bolsonaro vai encontrar Putin. A diplomacia brasileira tem insistido que a saída para o impasse deve necessariamente passar pelo diálogo e pelos organismos internacionais.
Se, de um lado, a Rússia pode representar novas alternativas comerciais para o Brasil, de outro os países do Ocidente, com os Estados Unidos à frente, são parceiros históricos do Brasil.
Cronograma
Veja a previsão para a viagem de Bolsonaro à Rússia:
15 de fevereiro
Chegada a Moscou
16 de fevereiro
Deposição de flores no túmulo do soldado desconhecido
Encontro com Putin, no Kremlin
Almoço com Putin, no Kremlin
Encontro com o presidente da Duma de Estado
Encontro com empresários
17 de fevereiro
Partida para a Hungria