Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira avançaram 35% em janeiro deste ano, informou o Banco Central.
Segundo a instituição, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 4,709 bilhões, contra US$ 3,478 bilhões em janeiro do ano passado.
Foi o melhor resultado para o mês desde 2018 (+US$ 8,306 bilhões).
A entrada de dólares no país tem levado desvalorização da moeda norte-americana, que acumula queda de 9,39% em relação ao real em 2022 (leia mais abaixo).
Em todo o ano passado, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 46,441 bilhões. A previsão do BC é de que, em 2022, eles cheguem a US$ 55 bilhões.
Contas externas
A entrada de investimentos estrangeiros, porém, não foi suficiente para cobrir o rombo das contas externas em janeiro, que somou US$ US$ 8,146 bilhões.
Com isso, houve pequena queda na comparação com o mesmo período do ano passado — quando o déficit foi de US$ 8,338 bilhões.
O resultado em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, o déficit das contas externas neste ano está relacionado com um resultado negativo da balança comercial (-US$ 1,5 bilhão), dos serviços (-US$ 1,49 bilhão) e, também, com remessas de lucros e dividendos ao exterior (-US$ 2,47 bilhões), entre outros.
Em um cenário crescimento com a redução do distanciamento social em 2021, o déficit das contas externas aumentou 14,8% em 2021 e foi para US$ 28,110 bilhões.
Para todo ano de 2022, a expectativa do Banco Central é de uma melhora nas contas externas. A estimativa da instituição é de um saldo negativo de US$ 21 bilhões neste ano.
Gastos de brasileiros no exterior
Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 690 milhões em janeiro, informou o BC.
Com isso, houve aumento na comparação com o mesmo mÊs de 2021, quando somaram US$ 307 milhões (durante um período de maior distanciamento social e redução de voos internacionais).
Entretanto, frente a dezembro do ano passado, quando as despesas lá fora foram de US$ 784 milhões, houve redução
O aumento de gastos no exterior nos últimos meses acontece na esteira da reabertura de fronteiras. Em setembro, alguns países da Europa reabriram as fronteiras para turistas do Brasil e, em novembro, os Estados Unidos anunciaram a retomada de viagens para vacinados.
Queda do dólar
A retomada de viagens também acontece em um cenário de queda do dólar no começo deste ano, o que torna os destinos no exterior mais baratos. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,0511 – menor cotação desde 1º de julho de 2021 (R$ 5,0448). Com o resultado, passou a acumular queda de 4,79% no mês e de 9,39% no ano.
Foi o quarto dia seguido de recuo da moeda norte-americana, reflexo da manutenção de fluxos para o mercado doméstico, que oferece juros atrativos, apesar das preocupações internacionais com a crise na Ucrânia.
Nesta quarta-feira (23), às 9h33, a moeda norte-americana recuava 0,32%, cotada a R$ 5,0350. Na mínima até o momento, chegou a R$ 5,0161. Veja mais cotações