O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, ficou em 0,36% em julho, puxada principalmente pela alta da gasolina e da energia elétrica, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa é a maior do ano e a mais alta para um mês de julho desde 2016, quando registrou 0,52%. O resultado também representa uma aceleração frente a junho, quando o IPCA foi de 0,26%.
Apesar da aceleração em julho, a inflação permanece em patamares baixos em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, fraca demanda e incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia brasileira e global.
No acumulado em 2020, o IPCA ainda registra alta de apenas de 0,46%, e em 12 meses, de 2,31%, abaixo do piso da meta do governo para o ano, de 2,5%. Em 2019, a inflação oficial ficou em 4,31%.
Gasolina e energia puxam alta
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 6 apresentaram alta em julho. As medidas de isolamento para conter a disseminação do coronavírus vêm sendo flexibilizadas, depois de terem afetado de maneiras diferentes o consumo. Entretanto, os maiores pesos na inflação do mês foram exercidos por gasolina e energia elétrica devido a reajustes de preços.
O maior impacto veio de transportes, que teve alta de 0,78%, com destaque para a gasolina (3,42%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,16 ponto percentual) no índice geral. No acumulado no ano, porém, a gasolina ainda tem queda de 8,76%.
O óleo diesel (4,21%) e o etanol (0,72%) também ficam mais caros em julho. Por outro lado, houve queda nos subitens transporte por aplicativo (-8,17%) e passagem aérea (-4,21%).
“A gasolina continua revertendo o movimento que teve nos meses de abril e maio. Já havia subido em junho e voltou a subir em julho. Além disso, houve uma queda menos intensa das passagens aéreas em comparação com maio e junho”, destacou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
No grupo Habitação (0,80%), a maior contribuição (0,11 p.p.) veio do item energia elétrica (2,59%). Das 16 regiões pesquisadas, 13 apresentaram aumento, reflexo de reajustes tarifários em várias capitais.
Veja as taxas de variação dos grupos pesquisados
Alimentação e Bebidas: 0,01%
Habitação: 0,80%
Artigos de Residência: 0,90%
Vestuário: -0,52%
Transportes: 0,78%
Saúde e Cuidados Pessoais: 0,44%
Despesas Pessoais: -0,11%
Educação: -0,12%
Comunicação: 0,51%