O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já poderia iniciar o processo de corte dos juros básicos da economia nesta semana. Questionado por jornalistas se já seria viável baixar a taxa Selic, ele respondeu: “Dá, né”.
O Copom, formado pela diretoria e pelo presidente do BC, é responsável definir a taxa básica de juros da economia. O colegiado se encontra em reunião que vai até a noite de quarta (3), para definir o índice. A decisão será anunciada após o fim do encontro.
A projeção dos economistas do mercado financeiro é de uma nova manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos e meio. Também representa a maior taxa real do mundo.
Em meio a esse contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue disparando fortes críticas ao patamar da taxa Selic por conta do impacto no nível de atividade e de emprego.
A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para coordenar a política monetária do país. Quando os juros sobem, o empréstimo fica mais caro e a economia “esfria”, o que ajuda a controlar a inflação – mas, como consequência, reduz a expansão da renda e do emprego.
Chefiado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o Banco Central possui autonomia operacional para definir a política monetária.
Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia. Lula associa taxa de juros ao desemprego no país em evento de comemoração ao Dia do Trabalho
https://1fd71821533ceb1896f8716c9c845ca1.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html Diretoria do Banco Central
O ministro Haddad também afirmou a jornalistas que saem nesta semana as primeiras indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à diretoria do Banco Central.
Os mandatos de dois diretores do Banco Central (BC) terminaram em fevereiro, e caberá a Lula, segundo a lei que fixou autonomia à instituição, decidir se reconduz os gestores aos cargos ou se escolhe novos integrantes. Há indicações de que novos nomes serão indicados.
Os diretores que devem deixar os cargos são:
- Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária
- Paulo Souza, diretor de Fiscalização
Nesta terça-feira, o BC informou que, por motivo de falecimento de familiar em primeiro grau, a diretora de Administração, Carolina de Assis Barros, não participará das sessões do Copom nesta semana.
Até o fim do mandato, o presidente Lula ainda terá direito a decidir se reconduz ou se troca mais sete diretores, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. São eles:
- Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, com mandato até 31 de dezembro 2023
- Maurício Costa de Moura, diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta, com mandato até 31 de dezembro 2023
- Carolina de Assis Barros, diretora de Administração, com mandato até 31 de dezembro 2024
- Otávio Damaso, diretor de Regulação, com mandato até 31 de dezembro 2024
- Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, com mandato até 31 de dezembro 2024
- Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, com mandato até 31 de dezembro de 2025
- Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, com mandato até 31 de dezembro de 2025
https://1fd71821533ceb1896f8716c9c845ca1.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html Campos Neto, por exemplo, já afirmou diversas vezes que não tem a intenção de permanecer no BC para um novo mandato.