O governo do Líbano decidiu colocar todos os funcionários responsáveis pelo porto de Beirute desde 2014 em prisão domiciliar. É uma das ações em resposta à explosão do armazém na região portuária da capital do país que aconteceu na terça-feira (4).
O número de mortos chegou a 135, de acordo com uma informação do ministro da Saúde durante uma entrevista a uma TV. São cerca de 5.000 feridos. Cerca de 250 mil pessoas perderam suas casas na explosão, o que causou danos de US$ 3 bilhões (R$ 15,9 bilhões) a US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bilhões) em danos, disse o governador Marwan Abboud à mídia local depois de fazer um tour pela cidade.
O Líbano declarou estado de emergência de duas semanas em Beirute.
Não é claro quantas pessoas estão incluídas ou qual é o cargo delas. O exército vai supervisionar a prisão domiciliar até que seja determinado de quem é a responsabilidade pela explosão que aconteceu no porto na terça.
Adiamento da sentença
O Líbano vive um período de instabilidade política. No fim do ano passado, o primeiro-ministro Saad Al-Hariri renunciou. O país viveu um período com um vácuo de poder, até que Hassan Diab assumiu e anunciou a formação de um novo governo em janeiro.
O Tribunal Especial para o Líbano (TSL) adiou para o dia 18 de agosto o veredito do julgamento contra quatro homens acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em 2005.
A decisão seria anunciada nesta sexta-feira pelo tribunal com sede em Haya, Holanda. A instituição se posicionou em nota defendendo o adiamento “em respeito às inumeráveis vítimas”.
Os réus, todos membros do movimento xiita do Hezbollah, estão sendo julgados à revelia pelo Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede em Haia, encarregado de ditar a sentença 15 anos após o atentado com um carro-bomba no centro de Beirute. Nele, morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas.
O assassinato de Hariri, pelo qual quatro generais libaneses foram inicialmente acusados, desencadeou uma onda de protestos que forçou a retirada das tropas sírias do país, após uma presença de 30 anos no país.
Em março deste ano, o país deu um calote em seus credores. O Líbano deveria reembolsar US$ 1,2 bilhão em títulos do Tesouro, dos quais uma parte significativa está nas mãos dos bancos e do Banco Central, e decidiu não fazer isso.
Megaexplosão em Beirute
A grande explosão aconteceu em um armazém na região do porto de Beirute, capital do Líbano. Até o momento, sabe-se que ela deixou mais de 135 mortos e cerca de 5 mil feridos. Até a última atualização desta reportagem, ainda era desconhecida a causa do incidente, que ocorreu em um depósito de nitrato de amônio – não se sabe, por exemplo, se ocorreu um acidente ou um atentado terrorista.
A suspeita é que a explosão tenha atingido um galpão que guardava grandes quantidades de nitrato de amônio, composto geralmente usado como fertilizante. Cerca de 2.750 toneladas desse material estavam estocadas havia seis anos, de acordo com o primeiro-ministro Hassan Diab.
Diab declarou que “era inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, estivesse em um armazém por seis anos, sem medidas preventivas”.
“Isso é inaceitável e não podemos permanecer calados sobre esse assunto”, acrescentou, de acordo com comentários relatados por um porta-voz em uma entrevista coletiva.
Nitrato de amônio
O nitrato de amônio se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro – desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.