Depois da campanha aberta do presidente Jair Bolsonaro contra a vacinação de crianças, aliados dele passaram a defender que seja acelerada a imunização infantil. O objetivo: reduzir o desgaste de imagem provocado pelo próprio governo.
Segundo interlocutores de Bolsonaro, o ideal é que todas as 20 milhões de crianças entre 5 e 11 anos recebam a primeira dose até o início de março.
Aliados do presidente reclamam que o desgaste causado pela campanha contra a vacinação das crianças já começa a atingi-los também.
Um desses aliados disse, reservadamente, que seus eleitores têm feito questionamentos sobre como ele ainda apoia um governo que prejudica a saúde da população brasileira, colocando em risco as crianças.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, promete começar a vacinação das crianças ainda em janeiro mas a dúvida é se o governo conseguirá imunizantes suficientes para vacinar todo esse grupo, estimado em 20 milhões de crianças, até o mês de março.
Por isso, aliados querem que o governo faça negociações com a Pfizer e busque outros imunizantes para garantir uma dose aplicada antes do início das aulas deste ano.
Caso o governo continue “jogando apenas para a própria plateia”, líderes governistas avaliam que, no reinício dos trabalhos do Congresso, começará um debate na base aliada sobre manter ou não o apoio ao presidente da República.
A avaliação atual, segundo líderes governistas, é que na região Nordeste, por exemplo, aliados de Bolsonaro já começam a trabalhar com um cenário de apoiar outros candidatos à Presidência da República e a governos estaduais, que fazem oposição ao Palácio do Planalto.
A rejeição ao presidente só tem aumentado entre nordestinos, principalmente diante da postura negacionista de Bolsonaro.