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Deputados coletam assinaturas para CPI das Joias na Câmara

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Deputados na Câmara se mobilizam para coletar assinaturas para criar a CPI das Joias.

A iniciativa se intensificou após operação da Polícia Federal, deflagrada nesta manhã, que fez buscas e apreensões em endereços do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Agentes fizeram buscas também em endereço do pai de Cid, Mauro Cesar Lourena Cid.

As investigações apuram se militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venderam ilegalmente mais de R$ 1 milhão em presentes oficiais dados por delegações estrangeiras ao governo federal.

“Há fortes indícios da criação de uma rede de contrabando no último governo. Temos de ir a fundo nesse caso e investigar os crimes que envolvem essa possível rede criminosa em paralelo com as ações da PF. Nossa articulação agora será pela criação urgente da CPI, que se faz mais do que necessária”, afirmou o deputado Tulio Gadelha (Rede-PE).

Até o início da tarde desta sexta, o pedido de CPI havia reunido 108 assinaturas. O mínimo necessário são 171.

Presidente da CPI dos Atos Golpistas
Durante a sessão da última terça (8) da CPI dos Atos Golpistas, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que o caso das joias tem que ser investigado em outra comissão.

Na ocasião, ele argumentou que a comissão foi criada para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, acrescentando que eventuais denúncias de corrupção envolvendo Bolsonaro e pessoas próximas a ele devem ser apuradas por outra comissão parlamentar de inquérito.

“Quero dizer que eu tenho uma preocupação muito grande com relação a essas questões referentes ao tamanho e ao nível de investigação que esta CPMI está tomando. A CPMI foi criada para investigar os atos relacionados a 8 de janeiro. Qualquer denúncia que tenha, que exista eventualmente contra o ex-presidente, qualquer pessoa que fez parte de seu governo não está, necessariamente, vinculada a esta CPMI”, declarou Arthur Maia.

“Então, quero dizer que o fato de haver depósitos em conta de A, de B ou de C, se algum outro parlamentar achar que deve fazer uma outra CPMI para investigar eventuais atos de corrupção de pedra preciosa, etc., direito dos parlamentares. Esta CPMI tem que se ater ao seu objeto”, acrescentou.

Em resposta a Arthur Maia, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu que a CPI deveria apurar a “circulação de recursos” envolvendo pessoas próximas a Bolsonaro porque a comissão precisa apurar quem financiou os atos de 8 de janeiro.

“Quando o ex-ajudante de ordens [Mauro Cid] deposita um dinheiro, e por isso ele [deve] voltar aqui, a outra ponta que recebe também precisa ser olhada. […] Se tem dinheiro vivo circulando nas mãos de quem tinha a minuta do golpe em seu celular, a outra ponta que recebe não vai ser investigada?”, questionou a parlamentar.

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