A PGR (Procuradoria Geral da República) pediu à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) o envio de todos os relatórios produzidos durante a pandemia do coronavírus enviados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esses relatórios foram abertos por uma decisão da CGU de revisar os sigilos do ex-presidente.
O jornal Folha de S. Paulo revelou que foram elaborados mais de mil documentos alertando o então mandatário sobre o aumento na projeção de mortes, sobre a importância do isolamento social e, ainda, sobre a falta de transparência do governo e a lentidão do Ministério da Saúde para definir estratégias de combate ao vírus. O acervo foi mantido em sigilo pela gestão Bolsonaro.
Segundo o Estúdio i apurou, o PGR, Augusto Aras, vê fatos novos para reavaliar a conduta do ex-presidente no combate à pandemia. Algumas das principais linhas de investigação abertas a partir da CPI da Covid, por exemplo, tiveram pedido de arquivamento pela Procuradoria.
O movimento ocorre no mesmo mês em que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes anulou uma decisão da Justiça Federal no Distrito Federal que arquivou parte das investigações contra Bolsonaro por omissões cometidas no combate ao coronavírus.
Ocorre também no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a olhar mais atentamente para a sucessão de Aras, cujo mandato se encerra em setembro. Como o blog da Andreia Sadi mostrou, o Centrão quer alguém com o mesmo perfil do atual ocupante do cargo.
