A dívida pública brasileira cresceu 2,95% em junho e atingiu R$ 6,19 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional. Em maio, o endividamento estava em 6,01 trilhões.
A dívida pública federal é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, pagar as despesas do governo acima da arrecadação com impostos e contribuições.
Dívida pública federal
Segundo o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, o mês de junho foi “extremamente positivo” para os mercados com a resolução do impasse do teto da dívida nos Estados Unidos, o que gerou otimismo.
“Mas mais do que isso, o mercado se beneficiou de fatores domésticos que impactaram positivamente”, declarou ele.
Lobarinhas explicou que a queda da inflação no Brasil, além da expectativa de melhora da classificação de risco por uma agência e da tramitação do arcabouço fiscal no Senado e da reforma tributária na Câmara melhoraram o perfil da dívida pública.
Emissões e resgates
De acordo com o Tesouro, a dívida aumentou em junho por conta das emissões líquidas (acima do valor dos resgates, ou seja, da retirada de títulos do mercado) de R$ 144,2 bilhões e, também, devido às despesas com juros – no valor de R$ 33,32 bilhões.
A emissão líquida de junho, de acordo com o governo federal, foi a maior desde dezembro de 2020.
Segundo o governo, o custo médio das emissões em oferta pública da dívida pública apresentou redução, passando de 12,83% ao ano em maio para 12,50% ao ano em junho.
A previsão do Tesouro Nacional é que a dívida encerre o ano de 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões. O dado consta no Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em janeiro deste ano.
Reserva de liquidez
Segundo o Tesouro Nacional, a reserva de liquidez da dívida pública subiu 13,76% em junho, passando de R$ 983 bilhões registrados em maio para R$ 1,11 trilhão no mês passado.
Esse valor é suficiente para garantir o pagamento dos próximos 8,52 meses de vencimentos.
A reserva de liquidez, também chamada de “colchão de liquidez”, é o nome dado ao valor em caixa destinado ao pagamento da dívida e aos recursos provenientes da emissão de títulos. Sua principal função é dar flexibilidade à gestão da dívida pública.