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JB tenta acelerar troca na Petrobras para evitar novos reajustes

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O governo tentou convencer o atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, a renunciar, o que poderia acelerar a posse do indicado para o cargo, Caio Paes de Andrade. Não conseguiu. Por isso, acabou encaminhando na quinta-feira (9) à noite a lista dos novos conselheiros da estatal, com oito nomes de total confiança do Palácio do Planalto e da equipe econômica.

A pressa do governo em tentar mudar o conselho de administração e a diretoria da estatal visa evitar novos reajustes de preços dos combustíveis até a eleição. O caminho mais fácil era o da renúncia de José Mauro Coelho. Com isso, a assembleia poderia ser convocada imediatamente para aprovar o nome do seu substituto.

O governo já havia feito essa pressão pela renúncia do atual presidente, sem sucesso. A última tentativa foi na reunião do conselho de administração na última quarta-feira. O presidente do conselho, Márcio Weber, ao final da reunião, perguntou diretamente para José Mauro Coelho se ele, diante de toda pressão, não iria renunciar. A reação do atual presidente foi ficar em silêncio, indicando que não tomaria esse caminho.

Com isso, o governo retomou os trâmites legais. Já que, na eleição de José Mauro Coelho, oito conselheiros, inclusive ele, foram aprovados por voto múltiplo, o governo é obrigado a mandar a lista com os nomes dos oito novos conselheiros indicados para apreciação da assembleia de acionistas. Depois de receber os nomes e analisá-los, a diretoria convoca uma reunião da assembleia, que ocorre trinta dias depois.

Segundo integrantes do conselho, porém, o Palácio do Planalto ainda vai tentar alguma manobra para acelerar as trocas, antes do período previsto nas regras da estatal.

Reajustes

O receio do governo é que antes de o atual presidente deixar o posto, a atual diretoria aprove um novo reajuste dos combustíveis, especialmente do diesel.

E isso é muito provável que aconteça. A estatal divulgou nesta semana esclarecimentos sobre preços. Alertou que a empresa busca evitar desabastecimento de diesel ao manter a paridade do preço no Brasil ao praticado lá fora pelos exportadores do produto para o país. Atualmente, o preço do diesel aqui estaria com uma defasagem de pelo menos 18% em relação ao do mercado internacional.

Além da defasagem, a diretoria da estatal está preocupada com o aumento da demanda pelo produto no segundo semestre, quando deve haver uma escassez de diesel no mundo, o que dificultaria a importação do produto.

E, se o preço aqui estiver abaixo do lá de fora, os importadores não irão trazer o produto para abastecer o mercado local. Por isso, a tendência é de que a estatal faça um novo reajuste em breve, a não ser que o governo tenha sucesso na sua estratégia de acelerar a troca de cadeiras e mudar a atual sistemática.

Composição do conselho

O governo acabou encaminhando dez nomes para o conselho. Na última eleição, encaminhou oito sugestões, mas acabou conseguindo eleger seis. Os acionistas minoritários ficaram com quatro cadeiras, e uma é dos trabalhadores. Na lista atual, dos dez nomes, dois são de conselheiros ligados aos minoritários, Marcelo Gasparino da Silva e José João Abdala Filho.

Os outros oito nomes são de total confiança do Palácio do Planalto e da equipe econômica. A começar pelo indicado para ser o novo presidente, Caio Mario Paes de Andrade, que hoje trabalha com Paulo Guedes.

Para a presidência do conselho, foi indicado Gileno Gurjão Barreto, atual presidente do Serpro, onde Paes de Andrade também atuou como presidente. O atual secretário-executivo da Casa Civil, Jonathas Nery de Castro, também está na lista.

Dois nomes estão com proposta de recondução: Márcio Andrade Weber e Ruy Flaks Schneider. Além deles, completam a lista Ricardo Soriano de Alencar (procurador-geral da Fazenda Nacional), Edison Britto Garcia (presidente da Companhia Elétrica de Brasília) e Ieda Aparecida de Moura Gagni (presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil).

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