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‘Todo mundo vai jogar pedra nele’, sobre ausência de Bolsonaro na COP 26

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O vice-presidente Hamilton Mourão justificou a ausência do presidente Jair Bolsonaro na COP 26 afirmando que “todo mundo vai jogar pedra nele”.

A COP 26 é a conferência mundial sobre o clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento começa neste fim de semana em Glasgow (Escócia).

A principal autoridade brasileira na conferência será o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e Mourão foi questionado nesta sexta sobre a ausência de Bolsonaro no evento.

“Sabe que o presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar em um lugar em que todo mundo vai jogar pedra nele. Está uma equipe robusta lá com capacidade para, vamos dizer, levar adiante a estratégia de negociação”, disse Mourão.

À GloboNews, a Presidência enviou a seguinte resposta sobre a ausência do presidente: “Por motivo de agenda, o presidente da República participará da COP 26 por meio de vídeo, gravado e já enviado aos organizadores do evento.”

Bolsonaro é criticado pela comunidade internacional pela gestão ambiental do atual governo. O presidente costuma dizer que há uma “indústria de multas” nos órgãos ambientais; que sofre “ataques injustificados”, apesar dos recordes de desmatamento; e que “floresta não pega fogo”.

Mourão, por sua vez, é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal e também não irá à Escócia. Para o vice-presidente, o governo brasileiro sofre críticas por razões políticas, econômicas e ambientais.

“A maioria das pessoas que tem realmente uma consciência ambiental maior é de esquerda, então, há crítica política embutida nisso aí. E tem a questão econômica: sempre uma busca de uma barreira em relação à pujança do nosso agronegócio, querendo dizer que ele provém de área desmatada da Amazônia, que não é uma realidade. E, óbvio, a questão ambiental embutida”, disse.

O governo Bolsonaro é criticado pelas ações que dificultaram a fiscalização de crimes ambientais, em especial na Amazônia.

O Brasil chega à COP 26 com as emissões de gases estufa em alta e a credibilidade em baixa. O país se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases estufa até 2030. Essa foi a meta oficial apresentada no Acordo de Paris.

No entanto, no fim do ano passado, o governo federal mudou a base de cálculo das metas brasileiras, o que, segundo especialistas, significa permissão para poluir mais.

Do Acordo de Paris para 2020, em vez de reduzir, o Brasil elevou as emissões de gases estufa em quase 5%. É o que revela um relatório do Observatório do Clima divulgado nesta quinta-feira (28) . Apenas no ano passado, em plena pandemia, enquanto o mundo registrava uma queda de 6,7% nas emissões, o Brasil seguia na contramão: um aumento de 9,5%, o maior desde 2006.

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