O Museu de Arte de São Paulo (Masp) ganhará um novo prédio de 14 andares, vizinho ao museu na Avenida Paulista, e, com isso, a área de exposição ganhará um espaço 66% maior.
De acordo com a equipe do museu, o edifício vai passar de 10.485 m² para 17.680 m², com novas galerias (sete), salas de aula, laboratório de restauração, restaurante, loja e depósito.
Por limitações físicas, pouco mais de 1% do acervo do museu é exposto atualmente. São mais de 11 mil pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos e continentes.
Este é o acervo de arte europeia mais relevante do Hemisfério Sul e o projeto pretende conceber uma das mais modernas infraestruturas museológicas da América Latina, com financiamento de pessoas físicas, cujas doações somam R$ 180 milhões.
“O objetivo é fazer do Masp um museu para uma metrópole de mais de 12 milhões de habitantes e para o futuro, reforçando o seu papel como referência internacional e equiparando São Paulo a outras capitais culturais”, informou a equipe do museu em nota.
Outra novidade é que haverá conexão subterrânea, já aprovada pela Prefeitura de São Paulo, com o imóvel que é cartão-postal da cidade de São Paulo, sob a Rua Professor Otávio Mendes. Com isso, a bilheteria será transferida para o subsolo, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilização como praça pública, como já era a proposta inicial de Lina Bo Bardi.
O novo prédio será batizado de Pietro Maria Bardi, que foi o primeiro diretor artístico do museu, e o edifício original será chamado Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o Masp. A ideia é que o edifício Lina seja dedicado à exposição das obras que pertencem à coleção do museu, enquanto as novas galerias do edifício Pietro deverão ser ocupadas com exposições temporárias.
O projeto de expansão do museu começou com o arquiteto Júlio Neves, que foi presidente do Masp de 1995 a 2009. Durante a sua gestão, ele participou da compra do edifício Dumont-Adams e desenvolveu o projeto inicial. O projeto foi alterado em diálogos com os órgãos de patrimônio histórico, e agora está sob comando do escritório Metro Arquitetos Associados, que já é parceiro do museu.
Histórico
A história do Masp começou na rua 7 de Abril, Centro da capital, na sede dos Diários Associados, e o acervo foi transferido para a Avenida Paulista em 1968, no prédio projetado por Lina Bo Bardi, reconhecida pelo conjunto de sua obra com o Leão de Ouro Especial na Bienal de Veneza de 2021.
O projeto dela se tornou um cartão-postal da cidade e um símbolo da arquitetura moderna mundial do século 20.
1947: Assis Chateaubriand inaugura o primeiro museu do país na sede dos Diários Associados, na Rua 7 de Abril
1950: O acervo é transferido temporariamente para a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap)
1958: A construção do Masp, projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, é iniciada na Avenida Paulista por uma sede à altura de sua coleção
1968: A nova sede do Masp é inaugurada, o prédio se torna cartão-postal da cidade e o marido de Lina, Pietro Maria Bardi, se torna seu primeiro diretor-artístico
Década de 1990: Júlio Neves reforma o museu, com instalação de reserva técnica e renovação do sistema de ar-condicionado
Década de 2000: O edifício Dumont-Adams, construído nos anos 1950 na Avenida Paulista para uso residencial, é adquirido pelo Masp. O governador João Doria (PSDB) atuou na arrecadação de recursos para o projeto
2010: Começam as obras no edifício para servir como extensão do Masp, com demolição parcial da estrutura original e conclusão de nova estrutura em concreto
2016: O projeto de expansão é retomado, com a solução de questões administrativas e início dos estudos para transformação da estrutura
2019: Começa uma campanha para captação de financiamento do novo edifício e para contratação do projeto executivo.
2024: Previsão de inauguração do Masp expandido.