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Presidente da Câmara Municipal de SP é investigado pelo MP por suspeita de rachadinhas

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O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (DEM), é investigado pelo Ministério Público (MP) por suspeita de pegar parte dos salários de seus então assessores. A prática é conhecida como ‘rachadinha’ no meio político.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social abriu inquérito civil para apurar uma denúncia anônima contra Milton Leite em 3 de fevereiro deste ano.
De acordo com a portaria do MP, ao menos 15 assessores que trabalham ou trabalhavam na Câmara e na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e atuaram com ele nos últimos anos, teriam repassado parte do dinheiro que recebiam para o vereador.
Em nota, o presidente da Câmara nega as acusações e diz colaborar com as investigações.
“Causam indignação e muita estranheza que uma denúncia anônima, sem qualquer prova, se transforme em um inquérito. A denúncia traz apenas ilações, não apresenta um só fato concreto. A maior prova disso é que o denunciante anônimo se utiliza de material publicado em redes sociais para tentar justificar suas falsas acusações. Isso tudo, a meu ver, deixa muito claro que se trata de uma denúncia de cunho político”, diz a nota.
No texto, o vereador alega que “ninguém foi ouvido ainda no referido inquérito, não há depoimento algum. Apenas a pressa em manchar minha reputação. Tenho mais de 30 anos de vida pública transparente, sempre baseada em muito trabalho e pautada na preocupação com o bem comum. Embora acredite que a prática de acusações anônimas sem provas estimule um denuncismo irresponsável e vazio, tenho total confiança nas instituições. Colaboro com qualquer investigação com a plena certeza de que tudo será arquivado no seu devido momento”, afirma.

‘Vantagens ilícitas’
Segundo o documento, o vereador é suspeito de se apropriar “de parte dos vencimentos de seus assessores” e também obter “vantagens ilícitas em contratos mantidos pelo Município na área de transporte público”.

A portaria ainda apresenta os nomes de oito assessores da Câmera que teriam dado parte dos salários para um “intermediário”, que repassaria o dinheiro a Milton Leite.

Também são citados outros seis assessores e um motorista da Alesp que teriam destinado parte dos seus vencimentos para o vereador.

Promotor
O promotor Ricardo Manuel Castro, que apura o caso, não informou os valores que teriam sido repassados ao político e nem desde o suposto esquema ocorreria. Segundo a comunicação do MP, Ricardo não irá se pronunciar sobre o assunto.

Na portaria do MP, o promotor justificou a investigação contra o presidente da Câmara, alegando que “embora anônima, contém diversas imputações objetivas ao atual vereador Milton Leite e que, embora refutadas pelo mesmo, merecem, ao menos em parte, serem investigadas”.

No documento, Ricardo ainda determinou que todas as pessoas citadas na denúncia anônima, inclusive Milton Leite, fossem ouvidas para prestar esclarecimentos.
Vereador
Milton Leite tem 65 anos e foi reeleito vereador pelo Democratas com a campanha mais cara entre os demais concorrentes à Câmara em São Paulo. Ele declarou ter gasto R$ 2,5 milhões. Ao todo, recebeu 132.716 votos.

Ele foi o segundo vereador mais votado na capital, perdendo apenas para Eduardo Suplicy (PT), o campeão de votos da cidade e do Brasil. Milton Leite está no sétimo mandato consecutivo como vereador.

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