As eleições municipais mostraram uma vitória dos partidos de centro e uma derrota das legendas de direita e esquerda. Um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro precisa fazer ajustes no seu governo, reduzindo a influência da ala radical e adotando uma postura cada vez mais pragmática.
Essa avaliação será feita por aliados e interlocutores ao presidente da República, que vão aconselhá-lo, segundo disseram ao blog, a se afastar dos grupos mais radicais e a adotar um rumo de governo mais alinhado ao centro, que conquistou a confiança de boa parte do eleitorado nesta eleição municipal.
“A esquerda radical e a direita radical foram rejeitadas nas urnas, perderam na eleição, já o centro ganhou, que já está na base de apoio do presidente. Ele precisa avaliar bem esse recado das urnas, a ala radical não vai levá-lo para reeleição”, afirmou ao blog um interlocutor de Bolsonaro.
Para um aliado, o recado não veio somente da eleição municipal no Brasil, mas também da que aconteceu nos Estados Unidos, onde Donald Trump foi derrotado e o democrata Joe Biden venceu. “A mensagem foi clara, começou nos Estados Unidos e agora foi reforçada nas nossas eleições municipais, o eleitor se cansou dos radicais”, disse um aliado de Bolsonaro ao blog.
Um dos ajustes defendidos dentro do governo, por exemplo, são a troca dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além de um foco maior nas reformas e na aprovação de medidas na área fiscal. Inclusive para viabilizar a aprovação do novo programa social do governo, o Renda Brasil, para melhorar a imagem do presidente junto à população.
Na eleição municipal, os partidos de esquerda encolheram no número de prefeituras. O PT encolheu 30%, o PC do B, 43%, já o PSB teve o número de prefeituras reduzido em 38%. Enquanto isso, as legendas de centro aumentaram o número de prefeitos. O DEM aumentou em 73%. Progressistas, em 38%. E o PSD aumentou em 21%.