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Após sete meses, economistas voltam a estimar inflação acima de 3%

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Os analistas do mercado financeiro elevaram, pela décima segunda semana seguida, sua estimativa de inflação para este ano. Pela primeira vez desde março, a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, é maior que 3% em 2020.

A expectativa faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Segundo a pesquisa realizada pelo Banco Central, os analistas dos bancos subiram a estimativa de inflação deste ano de 2,99% para 3,02%. Desde 23 de março deste ano a previsão dos analistas dos bancos para o IPCA não ficava acima de 3%.
A redução na estimativa de inflação, no decorrer de 2020, está relacionada à recessão na economia, fruto da pandemia do coronavírus. No início de junho, o mercado chegou a estimar que a inflação seria de 1,52% em 2020 – a metade da previsão atual, de pouco mais de 3%.

Nos últimos meses, porém, com a alta do dólar e com a retomada da economia, os preços voltaram a subir. Em setembro, a inflação oficial do país avançou 0,64%, a maior alta para esse período desde 2003. Na prévia de outubro, o IPCA avançou para 0,94%, a maior taxa para o mês em 25 anos.

Apesar da alta, a expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,10% para 3,11% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Crescimento da economia
Sobre o crescimento da economia brasileira, os economistas do mercado financeiro mantiveram sua previsão de tombo do Produto Interno Bruto (PIB) estável em 4,81% na semana passada.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Na última semana, o mercado também baixou, de 3,42% para 3,34%, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto para 2021.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

Em setembro, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020.
O Banco Mundial prevê uma queda de 5,4% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 5,8% em 2020.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
Após recuar 2,5% nos primeiros três meses deste ano (número revisado), o PIB apresentou um tombo de 9,7% no segundo trimestre deste ano – contra os três meses anteriores. Foi a maior queda desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996.
Taxa básica de juros
Após a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano no fim de outubro, o mercado segue prevendo estabilidade na Selic neste patamar até o fim deste ano.

BC mantém juros mesmo com inflação em alta
BC mantém juros mesmo com inflação em alta

Para o fim de 2021, a expectativa do mercado ficou estável em 2,75% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.

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