Antes de enviar ao Congresso seu pacote de medidas positivas nas áreas social e econômica, o presidente Jair Bolsonaro precisa pacificar o Senado. A avaliação é de assessores palacianos sobre o conjunto de ações que está planejado para ser divulgado nesta semana.
Um assessor presidencial defende, inclusive, que Bolsonaro deveria convidar líderes e presidentes de partidos para apresentar as medidas e só depois enviá-las ao Legislativo.
“Temos que cada vez mais transformar o Congresso no nosso parceiro”, diz o assessor.
Hoje, a situação do governo é mais tranquila na Câmara dos Deputados do que no Senado. O Palácio do Planalto fez todo um trabalho de negociações muito concentrado entre deputados do Centrão, mas não fez o mesmo com senadores.
O resultado foi a derrubada no Senado do veto presidencial a reajustes de servidores públicos até o final do ano que vem, derrota que foi revertida na Câmara dos Deputados. Desde então, o clima no Senado só fez piorar, principalmente depois de críticas do ministro Paulo Guedes (Economia) aos senadores e ameaças de retaliação da parte do Palácio do Planalto.
O governo planeja anunciar nesta semana a prorrogação do auxílio emergencial, a criação do programa Renda Brasil, o relançamento da carteira de trabalho Verde e Amarelo, com redução dos encargos trabalhistas, e um plano de investimentos em 2021.
Segundo líderes, o pacote deveria ser mais enxuto e concentrado no que realmente importa neste momento. O principal entrave para essas medidas decolarem é definir a fonte de financiamento delas.
O Ministério da Economia quer aprovar um conjunto de medidas de corte de despesas e desvinculação de receitas, que já até foi encaminhado ao Congresso no ano passado, mas até agora não decolou. Agora, segundo assessores de Paulo Guedes, o ambiente pode ser mais propício diante da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus.