A quantia investida por brasileiros chegou a R$ 3,7 trilhões em 2020, alta de 13,4% em relação ao ano anterior. É o maior valor desde o início da série histórica, em 2014, de acordo com o levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
No comparativo ano a ano, o aumento de volume financeiro mais expressivo, de 20,3%, foi na categoria de varejo tradicional. Há também o corte de varejo de alta renda (6,7%) e o segmento Private (13,5%), de grandes fortunas.
Considerando, contudo, toda a série histórica, o aumento mais expressivo foi justamente o dos mais ricos. A categoria Private teve aumento de 129%. O varejo tradicional acumula aumento de 110% e o de alta renda soma 50% de alta.
Instrumento de investimento
Dos instrumentos estudados pela Anbima no varejo, salta aos olhos a queda de volume financeiro aplicado em fundos de investimento. Enquanto essa fatia diminuiu 8,7%, as aplicações em poupança e em títulos e valores mobiliários passam de 20% de aumento. Os resultados foram de 21,6% e 29%, respectivamente.
A poupança, inclusive, segue dominante como instrumento preferido do brasileiro para manter os recursos. Na distribuição em volume, nada menos que 42,9% das aplicações estavam em poupança.
O segundo lugar distante fica com fundos de renda fixa. Houve queda de participação do instrumento em relação a 2019, mas segue com 16,1% do volume total — no ano anterior, eram 23,1%.
Os dados mostram que, apesar da queda das taxas de juros, o dinheiro que saiu dos fundos de renda fixa foi majoritariamente para os CDBs. A fatia do instrumento passou de 10% para 13,6%.
As ações também coletaram uma parte dessa movimentação, mas em patamar menor. De 2019 para 2020, o percentual saiu de 4,3% para 5,7% do volume aplicado.
A trajetória das ações, por outro lado, é de alta mais expressiva que os demais. Os CDBs ampliaram sua fatia com alta de 72,3%. Mas, no ano anterior, haviam crescido 0,2%. Já as ações tiveram crescimentos seguidos. Em 2019, subiram 47%. Em 2020, 51,6%.
No segmento Private, que as ações tinham participação relevante, o que se viu foi uma intensificação da aposta em bolsa de valores. De todo o volume financeiro das grandes fortunas, 17,1% estava aplicado em ações. Em 2020, a fatia foi de 20,9%.
Por lá, os CDBs também cresceram, mas passaram de 2,6% para 4,3% no mesmo período.