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Alto Tietê tem mais de 35 mil microempreendedores de até 30 anos

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O Alto Tietê tem 35.231 Microempreendedores Individuais (MEIs) com até 30 anos, segundo um levantamento feito pelo Sebrae.

Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba são as cidades da região com o maior número de microempreendedores entre 21 e 30 anos. Em Mogi, mais de 9,5 mil pessoas nessa faixa etária decidiram investir no próprio negócio. Já em Itaquaquecetuba, o número fica em cerca de 7,2 mil.

Um desses exemplos é o Bruno Amadeu, de 29 anos. O empreendedor mora em Mogi das Cruzes e é um dos sócios de uma startup de gestão de negócios. A ideia saiu do papel em 2020, logo quando ele se formou em Arquitetura.

“Eu comecei a trabalhar na área, então fazia projetos e lidava com obras, mas começamos a perceber que tinha uma vertente de falta de gestão para esses profissionais, então desenvolvemos um software em que os profissionais conseguem gerir melhor os projetos, as obras, o escritório, e entender um pouco melhor como está a situação da empresa”, disse.

Apesar da flexibilidade no horário, a responsabilidade é grande. “Nós fazemos algo novo, então temos que entregar algo novo para as pessoas, explicar e mostrar o que estamos desenvolvendo. Lidar com pessoas diferentes, de faixas etárias diferentes e se provar sempre é mais um desafio”.

Quem começou a enfrentar esses desafios ainda mais cedo foi o Victor Silva, de 23 anos. O morador de Mogi das Cruzes tem duas lanchonetes e duas hamburguerias e, apesar de ter começado a investir no ramo alimentício aos 20 anos, a visão “empreendedora” apareceu dois anos antes.

“Aos 14 anos comecei a trabalhar em oficinas mecânicas como aprendiz. Fui aprendendo a profissão e, com 18, consegui abrir a minha própria oficina. Arrumava carros, corria atrás de serviço, corria atrás de peças, sempre fazendo tudo”, contou.

Silva explicou que queria fazer renda extra e surgiu a oportunidade de comprar um carrinho de cachorro-quente por R$ 300. Ele disse que colocou na garagem da casa dele e começou a vender.

“Eu percebi que ia dar certo quando investi nas vendas on-line. Hoje, todo mundo compra o que está no celular. Então quando eu coloquei em uma plataforma e começou a aparecer para a cidade inteira, as vendas deslancharam. Nesse momento eu percebi que podia sair da oficina e cair de cabeça nesse segmento”.

“Eu sou empreendedor. Sempre trabalhei empreendendo. Antes eu vendia serviços na oficina, hoje eu vendo cachorro-quente. Amanhã posso vender alguma outra coisa, sou bem aberto a tudo que possa vir”, finalizou.

Busca por capacitação

A analista de Negócios do Sebrae, Priscila Tanihara, explicou que o empreendedor precisa se desdobrar em vários. Planejamento, finanças, marketing e gestão de pessoas são algumas das áreas que as pessoas que decidem ser donas da própria empresa precisam atuar.

“Cada vez mais nós percebemos que o público que busca o Sebrae para capacitação vem mudando, cada vez mais temos recebido uma galera mais jovem e isso nos provoca a buscar atualização para atender esse público”, disse.

Segundo Priscila, o setor de comércio é o porcentual mais representativo do Alto Tietê, desde vendas on-line ou até mesmo venda física, em lojas.

“Capacitação é essencial. Empreendedorismo e gestão empresarial infelizmente não são em todas as escolas que a gente aprende. O Victor sabe fazer cachorro-quente, o Bruno se especializou em gestão para dar apoio a outros profissionais, mas a gestão da empresa fica muito no aprender no dia a dia”, afirmou.

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